Dois monges, um mestre e seu discípulo peregrinavam por uma estrada. O discípulo afoito por mostrar o que tinha aprendido, expunha seus comentários a respeito dos sutras ( textos sagrados tanto do hinduísmo como do budismo) e de como ele havia aprendido o que seu mestre havia lhe passado. Pacientemente, o mestre a tudo ouvia de seu discípulo. Em um determinado momento a estrada por onde eles passavam estava interrompida por um pequeno rio, tendo sua continuidade do outro lado da margem. Ao se aproximarem da margem, encontraram uma jovem com belas túnicas parada olhando tristemente para o rio. O mestre a cumprimentou e lhe perguntou o porque do olhar triste, ela respondeu que estava indo para uma festa de seus parentes mas que não podia atravessar o rio sem molhar sua roupa. O monge mais velho ofereceu para lhe carregar através do curso d’água ate o outro lado, o que ela aceitou prontamente. Ambos os monges atravessaram o rio, que não era muito fundo, sendo que o mestre carregou a mulher em seus braços ate a outra margem. A jovem se despediu dos monges e foi embora.
Depois de quase um dia de caminhada, apos terem atravessado o rio, o jovem monge pergunta para seu mestre: – Mestre, os sutras sagrados nos dizem para evitar contato com mulheres, então por que o senhor carregou e jovem ate o outro lado do rio? Surpreso com a pergunta de seu discípulo, ele responde: -Você se refere a jovem? Eu a coloquei no chão a muito tempo, por que você ainda esta carregando ela ate agora?
Este é um conto do livro Zen em quadrinhos, do Tsai Chih Chung editado pela Ediouro
